Por que eles foram melhores do que todas as outras torcidas em 2007
Por Sérgio Xavier
Se alguém disser que Ibson foi o grande nome do Flamengo em 2007 não estará mentido. O volante com pinta de meia (ou seria um meia com pegada de volante?) modificou a maneira de o Flamengo jogar no Brasileiro. Fábio Luciano é outro nome que merece lembrança pelo que fez em 2007. Deu enfim segurança ao miolo de zaga. A retaguarda do Flamengo deixou de ser a peneira dos primeiros jogos também pelo moral do goleirão Bruno. Joel Natalino Santana, o homem que rebocou um Flamengo à deriva, trabalhou com a confiança perdida em alguma esquina das primeiras rodadas e deu condição para os talentos individuais brotarem.
Mas até a Pedra da Gávea sabe que o grande craque do Flamengo em 2007 não foi Ibson, Fábio Luciano, Leonardo Moura, Bruno ou Joel Santana. A torcida rubro-negra, essa massa disforme que empurra ou atrapalha o time, fez toda a diferença. Quem teve a oportunidade de pisar no Maracanã ultimamente sabe disso. Não se trata de clichê, um décimo-segundo jogador que empurra a equipe. A torcida flamenguista pegou o time pela mão e saiu da zona de rebaixamento direto para a ante-sala da Libertadores. Criou cânticos, criou símbolos (Obina é o mais notável), criou um fato novo.
Torcer para o Flamengo em 2007 no Maracanã virou programa pop e cult. É em tempos de crise que a criatividade fica mais fértil. Alguém adaptou o “Tema da Vitória” de Ayrton Senna para as arquibancadas. “Tu és time de tradição, raça, amor e paixão, oh, meu Mengo! / Eu sempre te amarei, onde estiver estarei, oh, meu Mengo!”. A danada pegou, impregnou corações e mentes. Jogando bem ou mal, o time respondeu em campo. Vencia, de qualquer jeito, como se fosse teleguiado pela arquibancada.
"Tu és time de tradição, Raça, amor e paixão Oh, Meu Mengo! Eu sempre te amarei, Onde estiver estarei, Oh, Meu Mengo!"
Um estádio costuma se dividir em dois grupos, os organizados que apóiam incondicionalmente o time, na derrota ou na vitória, e o torcedor comum de resultados. O segundo tipo só aplaude “na boa”, paga o ingresso e quer seus direitos de consumidor respeitado, ou resultado ou show de bola. Quando um estádio inteiro consegue torcer do primeiro jeito, não há quem segure o time em campo. Os argentinos são assim. Os gremistas conseguiram na última Libertadores essa cidadania argentina. Levaram um time limitado à final. O Flamengo fez no Brasileiro o que o Grêmio tinha mostrado na Libertadores. Apoio full time, cânticos, pacote completo. Até canelada de Obina rendia ovação (sem ovos, por favor). Assim não há quem resista. Até o meia Roger deve ficar arrepiado.
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MENGÃO SEM FREIO
.O time mais querido do mundo é o Flamengo, do Rio de Janeiro, com mais de 32 milhões de torcedores. E isso só aqui no Brasil - na nossa lista, não consideramos os torcedores multinacionais, como chineses que amam o Manchester United, por exemplo. Em segundo lugar, vêm os torcedores do Chivas, do México, que são mais de 30 milhões no país. Para chegar a esse resultado, fomos atrás de pesquisas recentes de cada um dos 11 melhores campeonatos de futebol do mundo. Como o Brasil é o país mais populoso da lista, deu Mengo. Mesmo considerando outros esportes populares fora daqui, o futebol leva vantagem. Nos Estados Unidos, os fãs de beisebol, basquete e futebol americano se dividem entre vários times de todas as regiões do país, fragmentando as torcidas - o New York Yankees, time de beisebol preferido, tem "só" 17 milhões de torcedores. Já em países populosos como China e Índia, a maioria dos fanáticos prefere clubes europeus ou times pequenos de críquete